Importa é nos sentirmos vivos
e alvoroçados, mais uma vez,
e revestidos de beleza,
a exata beleza que vem dos gestos espontâneos
e do profundo instinto de subsistir
enquanto as coisas em redor se derretem e somem,
como nuvens errantes no universo estável .
Prosseguimos.
Reinauguramos.
Abrimos olhos gulosos a um sol diferente
que nos acorda para os descobrimentos.
Esta é a magia do tempo.
Esta é a colheita particular
que se exprime no cálido abraço e no beijo comungante,
No acreditar na vida e na doação de vivê-la
em perpétua procura em perpétua criação.
E já não somos apenas finitos e sós.
(trecho poema REINAUGURAÇÃO, Carlos Drumond de Andrade)
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