Minha mãe Leonor era uma agricultora brasileira, analfabeta até a idade adulta, que desde muito pequena trabalhou de enxada na mão. Minha avó Leontina era uma mulher forte, guerreira; meu avô morreu quando minha mãe era bebê, vítima de um incêndio na plantação. Desta maneira, minha avó e suas oito filhas mulheres tocaram o pequeno sítio, labutando na roça, na criação de pequenos animais e na lida com a casa. Nas décadas de 1920 e 1930, as comunicações eram difíceis, viviam quase isoladas e o sítio era a fonte de subsistência. Escola? nem pensar!
A família ia de carroça ao vilarejo nos finais de semana para troca de produtos e para a missa semanal. Como plantavam muitas flores, levavam sempre um ramalhete para enfeitar o altar.
Numa destas idas, meus pais se viram pela primeira vez: um alemão fugitivo do nazismo, uma mulher do campo e uma braçada de flores!
Deste amor nascemos 4 filhas....
Meu pai, por toda vida sempre trouxe para minha mãe um imenso ramalhete de flores simples( margarida e flores do campo ) na data de aniversário de casamento. Quando ficou doente, me pediu que comprasse para ele poder entregar.
Minha mãe era também uma maravilhosa bordadeira e cozinheira de mão cheia. Hum o pão de Dona Leonor! Também costurava e fazia meus vestidos de baile na adolescência. Mas, o que mais me impressionou foram: sua criatividade, sua capacidade de solucionar problemas no dia a dia e seu dedo verde, seu lado Tistu: tudo que plantava crescia maravilhoso!
Estas são lembranças que não esquecemos.
meus pais
minha mãe Leonor e minha avó Leontina
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